Jornal e Educação: A parceria que deu certo

27 dez

A professora Taís de Araújo com sua turma na Escola Municipal Professora Maria Brizabela Bruxelas Zinader, mostrando o jornal produzido pela classe.

Quem vê a pequena Nataly Ramos Silva ansiosa todo domingo para ler o Comércio da Franca, não imagina que há alguns meses, a menina de nove anos nem olhava para o jornal quando a mãe comprava. A estudante do 5º ano “C”, da Escola Municipal Professora Valéria Teresa Penna, do Jardim Leporace III não era muito habituada a se dedicar à leitura e ,em sala de aula, apresentava certa dificuldade na escrita.Foi quando a professora Flávia Fernanda Ribeiro inseriu o jornal em suas aulas com o auxílio do Projeto Jornal Escola, que fornece doze assinaturas do Comércio para 12 escolas públicas de Franca.
Utilizando-se de atividades dinâmicas, como a da “reportagem maluca” (em que uma notícia baseada em uma frase inicial sugerida pela educadora é escrita pela classe, resultando em textos bem divertidos), a professora conseguiu despertar o olhar de seus alunos para o informativo impresso. “Trabalhar o Comércio foi ótimo, pois, as crianças se interessaram por vários tipos de texto, já que no jornal encontramos desde artigos de opinião até anúncios publicitários. A diversidade é muito rica.”, disse. Flávia ainda acrescentou que o desempenho escolar de várias crianças melhorou bastante após as atividades com o informativo impresso. “Os próprios pais comentaram nas reuniões.”, lembrou. A dona de casa Simone Cristina Ramos, mãe de Nataly, foi uma das que não deixaram de contar a sua satisfação com o trabalho realizado. “Eu fico muito feliz quando vejo minha filha contente abrindo o Comércio da Franca procurando pela coluna do Valdes Rodrigues, sua preferida. Hoje, ela adora ler.”, disse.
Na escola Municipal Professor Nelson dos Santos Damasceno, as atividades com o jornal fizeram tanto sucesso que renderam até a criação de uma mascote. A professora do 4º ano “A”, Maria de Lourdes Alves Pimenta, que também participou da série de oficinas pedagógicas do Grupo Corrêa Neves de Comunicação , “O jornal na sala de aula”, após trabalhar o Comércio com suas crianças, propôs que eles confeccionassem bonequinhos de jornal.E foi o que a turma fez. Ao final, Maria escolheu um deles para representar a classe e pediu sugestões para nomear o personagem. O nome escolhido foi “Jornalina”. A meninada fez a festa com a criação.
A professora Danieli Lino Justino, do 4º ano “D”, da Escola Municipal Professor Hélio Paulino Pinto, trabalhou fichas técnicas com sua turma, se baseando na seção “O Bicho da vez”, do suplemento infantil Clubinho do Comércio, publicado às quintas-feiras. Danieli também relacionou os animais estudados ao longa de animação “Os sem floresta”, de Tim Johnson, e Karey Kirkpatrick. Para a professora, isso enriqueceu o curso das atividades. A coordenadora da escola, Fabiana Santos da Silva Lima acredita que o contato com o jornal instigou as crianças das mais variadas formas. “Eles passaram a ser até mais criativos.”, ressaltou.
Lúcia Aparecida Souza, que dá aulas para o 5º ano “F” da Escola Municipal Professor César Augusto de Oliveira, fez uma abordagem do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) tendo como base as notícias do jornal.Voltando sua turma para fatos do cotidiano, Lúcia levou os alunos a uma reflexão crítica da sociedade por meio do projeto “Repensando a minha vida”, elaborado pela escola.Aluno do 5º ano “C”, da “César Augusto”, Luís Felipe de Morais Oliveira, 10, contou ter aprendido muito ao estudar sobre o jornal. “A gente não estava acostumado a lidar com tantas páginas e letrinhas pequenas e agora a gente entende. O melhor de tudo é estar por dentro das coisas que acontecem na cidade e na região.”, disse.
O 1º ano “A” da Escola Municipal Professor Milton Alves Gama também se divertiu com as curiosidades apresentadas pela seção “O bicho da vez”. Todas as semanas, a professora Marlene Cristina Vilas Boas, levava o “Clubinho do Comércio” para a sala e com seus alunos, montava “a ficha do bicho” de acordo com as informações do suplemento.
Os alunos da Escola Estadual Professor José Carlos Donadeli Panice criaram o próprio jornalzinho da escola. O informativo de 34 páginas dispunha de um conteúdo que englobava desde anúncios até textos sobre culinária. A Escola Municipal Professor Fausto Alexandre também montou seu jornal. As crianças confeccionaram as páginas do exemplar em papel jornal e o trabalho serviu para concluir as atividades realizadas em 2010.
Na Escola Estadual Professora Nadeide Scarabucci,o Projeto Jornal Escola também rendeu bons frutos em 2010.Os professores dos 4ºs e 5ºs anos, por exemplo, apresentaram às crianças, a estrutura de um jornal impresso e deixaram os alunos bem familiarizados com as páginas do Comércio. ”Nunca mais vou me esquecer o que é uma manchete.”, disse Lucas Dias, 9, aluno da professora Marvi Pettersen, da 3ª série “PIC”.
Na escola Municipal Professora Maria Brizabella Bruxelas Zinader, o telejornal do 5º ano “D” foi uma atração à parte.Após o trabalho com o Comércio da Franca, a turma elaborou o roteiro para um jornal de TV e sob as instruções da professora Rita Maria Costa, os alunos entrevistaram até mesmo a Secretária da Educação do Município Leila Hadad
A professora Gisele Ferreira Braga, da Escola Municipal de Educação Básica Frei Germano de Annecy ensinou aos seus alunos da Fase II, muitos deles em processo de alfabetização, as diferenças entre os diversos cadernos de um jornal. “Evidenciar a função social do jornalismo é muito importante para as crianças. Isso estimula o interesse pela leitura e, conseqüentemente, pela escrita.”, disse a educadora.
A Escola Estadual David Carneiro Ewbank também foi contemplada com 12 assinaturas anuais do Comércio pelo Projeto Jornal Escola. Fátima Silva Ramos, coordenadora do Ensino Médio, acredita que a adesão da escola ao projeto foi muito válida. “O contato com o jornal permitiu que nossos alunos tivessem uma boa base para a redação do Saresp (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo).”, disse.
Para Márcia Regina de Almeida Santos, coordenadora da Escola Municipal Professor Domênico Pugliesi, o recebimento dos jornais pelo Comércio da Franca, ampliou de forma significativa o trabalho dos professores com o uso do impresso. “Todas as salas participaram e temos a destacar apenas pontos positivos dessa parceria entre mídia e educação.”

O grande final

15 dez

– Escolas municipais de Franca encerram atividades do ano com mostra de trabalhos pedagógicos

Rosemary Pelizazo na Escola Maria Brizabela Bruxelas Zinader

Durante os dias 02,03,04 e 10 de dezembro, por volta de 950 educadores da rede municipal de ensino trabalharam para promover a 6ª Mostra de Ações Educacionais das Escolas Municipais de Franca. Mais de 65 escolas organizaram exposições e apresentações musicais e teatrais sobre os mais variados temas na própria unidade de ensino, com o intuito de concluir as atividades do ano letivo e mostrar aos pais e à comunidade local um pouco do trabalho desenvolvido com os alunos em 2010.

Para Lúcia Cardoso, gerente de serviços da supervisão pedagógica e responsável pela mostra, a edição deste ano deixou muita gente surpresa. A educadora destacou que o resgate do trabalho com as artes plásticas e a abordagem da conscientização ambiental por parte dos professores deixou as exposições muito interessantes e, a maioria das escolas chegou a emocionar os visitantes pela riqueza dos trabalhos. “Todo mundo se esforçou ao máximo!”, disse.

Nicolas Moscardi Garcia, 9, aluno do 4º ano da Escola Municipal de Educação Básica Professora Maria Brizabela Bruxelas Zinader, do Jardim Luíza, estava ansioso para o dia mostra.O menino havia escrito seu próprio livro após trabalhar em sala de aula com um projeto de leitura desenvolvido pela escola. “Não via a hora de chegar o dia da exposição para mostrar meu livrinho para minha mãe.”.Cíntia Andréia Moscardi Garcia,mãe de Nicolas, não poupou elogios ao evento. “Essa iniciativa de expor os trabalhos é ótima. Tenho a impressão de que as crianças sentem até mais vontade de estudar com essa valorização do trabalho delas. É um incentivo e tanto!”

Um dos assuntos mais presentes nas mostras era “o jornal na sala de aula”. Nas exposições das nove escolas parceiras do Projeto Jornal Escola, que receberam exemplares do Comércio da Franca e desenvolveram projetos pedagógicos com o informativo impresso desde o começo do ano, o jornal era destaque. A professora do 4º ano “A”,da Escola Municipal Professor Nelson dos Santos Damasceno, Maria de Lourdes Alves Pimenta, após trabalhar o Comércio com suas crianças, propôs que eles confeccionassem bonequinhos de jornal.E foi o que a turma fez. Ao final, Maria escolheu um deles para representar a classe e pediu sugestões para nomear o personagem. O nome escolhido foi “Jornalina”. A meninada fez a festa com a criação, que, é claro, deixou mais bonita a mostra da escola. Maria de Lourdes acredita que o apoio do Comércio da Franca em 2010 foi fundamental para os resultados que puderam ser conferidos na mostra. ”Todo o suporte oferecido pelo Projeto Jornal Escola tornou nosso trabalho mais produtivo.”, disse a educadora.

Fotógrafo do GCN palestra para mais de 100 alunos

10 dez

Na manhã de ontem, o fotógrafo do Comércio da Franca, Marcos Limonti, fez uma palestra para mais de 100 crianças com idades entre 6 e 10 anos, na Escola Municipal Professor Fausto Alexandre, do Jardim Santa Bárbara. Durante uma hora e meia, Marcos contou suas experiências na cobertura da última copa do mundo, na África do Sul, abordou aspectos sócio-culturais do país e mostrou fotos publicadas no Comércio, contando a história de cada trabalho. O fotógrafo também falou sobre sua carreira e citou fatos inusitados que viveu ao longo de seus quatro anos de profissão.Ao final da palestra, as crianças receberam brindes e participaram de sorteios.

Elaine Muniz, diretora da escola, acredita que o contato dos estudantes com o fotógrafo permitiu que os alunos conhecessem uma realidade diferente da que as turmas vivenciam e que ter esse tipo de oportunidade é essencial para as crianças.

Para a coordenadora pedagógica, Maria Irismar de Oliveira, o relato das experiências pessoais de Marcos Limonti instigou a curiosidade das crianças. “Ele falou com emoção e isso contagiou os alunos.”, disse.

A aluna Laura Maria da Conceição Silva, 11, estudante do 5º ano “D”, esteve atenta a cada detalhe da apresentação de Limonti e contou ter ficado surpresa com a complexidade do trabalho de um fotógrafo. “É um trabalho que tem que ser muito valorizado.”, disse.

Lucas Damasceno Cintra, 9, do 4º ano “C” anotou em seu bloquinho, sob forma de tópicos toda a palestra e contou ter gostado de ver as fotos de animais sul africanos que Marcos Limonti mostrou .”Entender como ele fotografou os bichos foi muito legal.”, disse.